CDL CG: Em tempos de Pandemia, como está o saneamento em Campo Grande?

O comércio em Campo Grande tem pago caro a conta da pandemia. Ao longo dos últimos meses, desde que a pandemia começou, as medidas de prevenção sempre afetam o comércio, seja com restrição de funcionamento, seja com o fechamento total.

Com a lição de casa feita, o comércio tem se tornado um dos locais mais seguros, pois além a fiscalização dos órgãos públicos, ações de combate e gestão de riscos foram implementadas com base em normas de biossegurança. Mais do que isso, os varejistas de Campo Grande estão investindo em qualificação para seus colaboradores, que participam de cursos sobre o COVID-19, oferecido pela CDL CG – Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande, em parceria com o Instituto Mix e consequentemente se tornam multiplicadores dessas informações, uma aliada no combate ao vírus.

No entanto, vários questionamentos se fazem necessário com a chegada do mês de agosto, o quinto mês desde o início da pandemia. Como tem sido realizo o acompanhamento dos casos de Covid-19 em Campo Grande? Existe um mapeamento dos locais em que as pessoas contaminadas passaram, vivem, ou por alguma razão estiveram? Mais do que isso, a OMS – Organização Mundial da Saúde já informou que o Sars-Cov-2 é capaz de sobreviver nas redes de esgoto, aumentando ainda mais a preocupação da população.

Para o presidente da CDL CG, Adelaido Vila, as ações do poder público e dos órgãos competentes precisam sair do básico e atingir níveis mais avançados. “Não podemos seguir o restante de 2020 adivinhando o que pode acontecer. Nosso saneamento precisa de cuidados e onde não há saneamento essa atenção precisa ser ainda maior. Precisamos que haja ações de inteligência, com fundamentação científica a exemplo do que se tem sido feito em outros estados, que já realizam o mapeamento e o monitoramento do que está acontecendo com esse vírus, nas redes de esgoto”, enfocou.

Adelaido Vila tem conversado com especialistas que reforçam a necessidade de ações mais amplas, que sejam além do usar máscara e álcool em gel. “Há estudos que mostram que o sars-Cov-2 é capaz de sobreviver em ambientes como os esgotos por dias e até semanas. E, aqui em nossa capital não temos informação alguma de que estão analisando, monitorando, ou fazendo qualquer outra ação que nos proteja da contaminação”.

Monitoramento e mapeamento

De acordo com Adriana Galvão Sabioni Ribas – Bióloga, Especialista em Saúde Pública, Especialista em Educação Ambiental, Especialista em Gestão e Coordenação, Mestre em Biotecnologia Aplicada a Saúde – para uma efetiva prevenção do Covid-19 e de outras enfermidades é primordial o controle de fatores ambientais, como temperatura e Ph. “Podemos citar o exemplo do esgoto. Por que esses fatores ambientais são mensurados no esgoto também. Tanto a sociedade científica, quanto a OMS, confirmaram a presença de Sars-Cov-2 nos esgotos, nas águas residuais. Isso indica que esse vírus pode sobreviver esse ambiente que é antagônico, que é um ambiente em que não se sobrevive muitas espécies. Então esta descoberta é muito importante, pois ela se tornou uma ferramenta sensível para monitorar e rastrear a taxa de rotação desse vírus”.

Adriana ressaltou que a presença de compostos orgânicos é um dos fatores que possibilita a sobrevivência do vírus em águas residuais. “Também lá eles podem se proteger da luz solar, esses compostos o protegem e a alta temperatura faz com que sobrevivam por no máximo até cinco horas. Tratar o esgoto, fazer funcionar a saúde pública de uma forma adequada, fazer uma análise desse esgoto se torna uma ferramenta muito barata para a elaboração de estratégias, tanto para a vigilância sanitária, quanto para os governos do mundo todo, para contenção do vírus”.

A especialista destacou que é uma ferramenta barata, pois a realização de análise nos resíduos do esgoto possui custo bem mais baixo do que o de se manter pessoas nos leitos hospitalares. “Neste momento ainda não há evidências, ou comprovação de que há a contaminação do vírus sars-cov-2 por meio das águas residuais. Mas, em 2009, com a pandemia da gripe suína houve a comprovação de contaminação via esgoto, inclusive na China, houve um vazamento de esgoto e isso contaminou as pessoas. Uma vez que é um vírus semelhante, pode-se deduzir que essa contaminação seja possível também”.

 

Foto meramente ilustrativa/ internet

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