Ruidosamente anunciadas durante a semana, em horário nobre e tudo, neste domingo as aulas voltam. Mas não as da educação formal, as que preparam nossas crianças para um futuro melhor, as aulas que recomeçam são a da comédia, do programa “Escolinha do professor Raimundo”, programa histórico da TV aberta.
Esse fato nos faz pensar nas prioridades. É claro que sabemos que esta escolinha é nada mais, nada menos que um programa de televisão, gravado, sem conexão com a nossa realidade. Mas, enquanto anuncia a sensacional volta, a mesma emissora mostra autoridades não priorizando a volta das aulas presenciais nas escolas Brasil afora. E não tomem isso como uma crítica a veículos de comunicação, porque eles são apenas o reflexo da nossa sociedade, dos nossos mandatários.
O anúncio de que as aulas presenciais na rede pública municipal e estadual só voltarão ano que vem, preocupa. A falta de definições claras, sobre a volta do ensino básico e fundamental para as escolas particulares é outro ponto que deixa empresários, pais e professores sem norte, pois com a aproximação do fim do ano letivo e o período de matrículas começando, não dá para saber como ficará o próximo ano. Mas quem se importa com isso? Os empreendedores do setor estão sangrando, falindo e, ainda sim, cumprindo todas as exigências rígidas de biossegurança.
O risco de evasão das escolas particulares e, consequentemente, do fechamento dessas instituições, das demissões em massa de professores e funcionários é muito grande e parece que as autoridades não percebem isso ou não se importam. Legal mesmo é ver de volta as aulas da Escolinha, muito diferente da escola reais, onde máscaras, luvas, aferição de temperatura, entre tantos outros procedimentos são a realidade. Parece que nesses “novos” tempos, nem o humor consegue imitar a vida real.
Adelaido Vila
Presidente CDL Campo Grande