Mesmo após o fim da pandemia, muitas mulheres ainda não retornaram ao mercado de trabalho, agravando o déficit de mão de obra no varejo. A dificuldade de acesso a creches e a falta de políticas que conciliem maternidade e emprego são fatores que impedem esse retorno, especialmente para aquelas que trabalham no período noturno, como em bares, restaurantes e supermercados.
Levantamentos apontam que a taxa de participação feminina no mercado de trabalho brasileiro ainda não voltou ao patamar pré-pandemia. No setor varejista, a ausência das mulheres é sentida nas contratações, o que impacta a operação do comércio e a economia como um todo.

“Hoje, temos uma necessidade muito grande de contratação no varejo, mas muitas mulheres que saíram do mercado durante a pandemia não conseguiram voltar, e um dos principais motivos é a dificuldade de acesso a creches. Isso afeta diretamente a economia e também a vida dessas trabalhadoras, que acabam na informalidade ou em situações de vulnerabilidade financeira”, destaca Adelaido Vila, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande.
Além da falta de vagas em creches públicas, há desafios relacionados ao horário de funcionamento. “Muitas mulheres trabalham até às 18h, mas precisam buscar seus filhos às 17h, o que as obriga a sair mais cedo ou até desistir do emprego. Sem estrutura de apoio, essas mães têm menos oportunidades de retornar ao mercado de trabalho”, acrescenta o presidente da CDL.

Diante desse cenário, a CDL-CG reforça a importância de políticas públicas voltadas para a inclusão feminina no mercado e incentiva as empresas a adotarem medidas que facilitem esse retorno, como horários mais flexíveis e benefícios voltados à parentalidade.
Além disso, a entidade destaca que campanhas voltadas ao Dia Internacional da Mulher devem ir além das promoções de produtos e serviços, trazendo ações genuínas de valorização feminina e inclusão no mercado de trabalho. Estudos apontam que marcas que promovem iniciativas concretas de apoio às mulheres conquistam maior fidelização e engajamento do público.
A CDL-CG segue acompanhando a movimentação do varejo e colocando em pauta questões que impactam diretamente o setor e seus trabalhadores.